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CIBELE

Nasci em Marília em outubro de 1957 e me chamaram Cibele.
Ter nascido no interior de São Paulo marcou minha infância e, ter vindo para São Paulo na pré-adolescência, moldou minha adolescência, juventude, idade adulta e a terceira idade.
Tenho ainda restos do sotaque de caipira de São Paulo, hábitos alimentares de comer verduras, frutas e proteína e preparar comida em casa e os hábitos de sono de dormir e acordar cedo. Fui criança de brincar na rua, jogar queimada, brincar de pique, ouvir estórias infantis no rádio e ignorar a televisão e o telefone. Visitava os tios e brincava com os primos, ia à missa aos domingos e almoçávamos macarrão com frango. Quando me sentia desolada minha mãe me levava à padaria para tomar refrigerante ou sorvete e isso me consolava e estreitava nossos laços de amor. Minha melhor amiga morava há algumas casas da minha e podíamos nos visitar.
A vinda para São Paulo marcou a “descoberta” de ver televisão, ouvir emissoras de rádio mais “sofisticadas”, aprender a datilografar e a ficar mais em casa. Depois, bailinhos, alguns namoros, ir para a praia com a família, a angústia da escolha da profissão e estudar para o vestibular. Fui aprovada na USP, em 1976, e cursei a Faculdade de Enfermagem.
Minha vida universitária foi estimulante: estudei sério, fiz amigos, inteirei-me pela grandiosidade da USP e, por meio da USP, inteirei-me de que acontecia no país: a ditadura decorrente do Golpe Militar de 1964, a repressão e a efervescência cultural da época. Assisti aulas e debates sobre política, assisti muitos shows musicais, li muitos livros, fiz pequenas viagens com amigos e namorei. Continuei estudando e me formei em 4 anos e meio.
Trabalhei alguns anos como enfermeira em Hospitais do Município e do Estado de São Paulo, casei-me, tive dois filhos e continuei estudando. Entrei jovem como professora da USP, fiz Mestrado, Doutorado e Livre-docência na área das Ciências da Saúde, e até tornei-me Professora Titular da Escola de Enfermagem. Trabalhei na USP por mais de 30 anos. Dei aulas, fiz pesquisas, orientei alunos em mestrado e doutorado e viajei muito pelo Brasil e pelo mundo, para participar de congressos e trabalhar em parcerias de educação e pesquisa. Pude ajudar em políticas nacionais de controle de dor, em aspectos sobre o diagnóstico e controle do câncer, entre outros temas, e ensinar muitos, muitos profissionais de saúde. Estou aposentada, mas continuo atuando com colegas e instituições em busca de aperfeiçoamento. Tive uma vida profissional cheia de trabalho, estresse, crescimento e alegria.
São Paulo marcou minha vida adulta e a terceira idade. Tornou-me cosmopolita, mostrou-me um mundo “largo”, cheio de chances e oportunidades profissionais - e algumas eu aproveitei. Mostrou-me ainda sua abundante vida cultural, música, teatro, exposições, feiras... e muitas eu aproveito. Mostrou-me também a pobreza, a desigualdade, o abandono, a violência, o medo da rua e do outro. Mostra-me a diversidade e me incita, todos os dias,  a ser tolerante e a buscar compreender, respeitar e ajudar essa sociedade composta por pessoas complexas e diversas.

Participantes desde:

2024

Nasci em Marília em outubro de 1957 e me chamaram Cibele.
Ter nascido no interior de São Paulo marcou minha infância e, ter vindo para São Paulo na pré-adolescência, moldou minha adolescência, juventude, idade adulta e a terceira idade.
Tenho ainda restos do sotaque de caipira de São Paulo, hábitos alimentares de comer verduras, frutas e proteína e preparar comida em casa e os hábitos de sono de dormir e acordar cedo. Fui criança de brincar na rua, jogar queimada, brincar de pique, ouvir estórias infantis no rádio e ignorar a televisão e o telefone. Visitava os tios e brincava com os primos, ia à missa aos domingos e almoçávamos macarrão com frango. Quando me sentia desolada minha mãe me levava à padaria para tomar refrigerante ou sorvete e isso me consolava e estreitava nossos laços de amor. Minha melhor amiga morava há algumas casas da minha e podíamos nos visitar.
A vinda para São Paulo marcou a “descoberta” de ver televisão, ouvir emissoras de rádio mais “sofisticadas”, aprender a datilografar e a ficar mais em casa. Depois, bailinhos, alguns namoros, ir para a praia com a família, a angústia da escolha da profissão e estudar para o vestibular. Fui aprovada na USP, em 1976, e cursei a Faculdade de Enfermagem.
Minha vida universitária foi estimulante: estudei sério, fiz amigos, inteirei-me pela grandiosidade da USP e, por meio da USP, inteirei-me de que acontecia no país: a ditadura decorrente do Golpe Militar de 1964, a repressão e a efervescência cultural da época. Assisti aulas e debates sobre política, assisti muitos shows musicais, li muitos livros, fiz pequenas viagens com amigos e namorei. Continuei estudando e me formei em 4 anos e meio.
Trabalhei alguns anos como enfermeira em Hospitais do Município e do Estado de São Paulo, casei-me, tive dois filhos e continuei estudando. Entrei jovem como professora da USP, fiz Mestrado, Doutorado e Livre-docência na área das Ciências da Saúde, e até tornei-me Professora Titular da Escola de Enfermagem. Trabalhei na USP por mais de 30 anos. Dei aulas, fiz pesquisas, orientei alunos em mestrado e doutorado e viajei muito pelo Brasil e pelo mundo, para participar de congressos e trabalhar em parcerias de educação e pesquisa. Pude ajudar em políticas nacionais de controle de dor, em aspectos sobre o diagnóstico e controle do câncer, entre outros temas, e ensinar muitos, muitos profissionais de saúde. Estou aposentada, mas continuo atuando com colegas e instituições em busca de aperfeiçoamento. Tive uma vida profissional cheia de trabalho, estresse, crescimento e alegria.
São Paulo marcou minha vida adulta e a terceira idade. Tornou-me cosmopolita, mostrou-me um mundo “largo”, cheio de chances e oportunidades profissionais - e algumas eu aproveitei. Mostrou-me ainda sua abundante vida cultural, música, teatro, exposições, feiras... e muitas eu aproveito. Mostrou-me também a pobreza, a desigualdade, o abandono, a violência, o medo da rua e do outro. Mostra-me a diversidade e me incita, todos os dias, a ser tolerante e a buscar compreender, respeitar e ajudar essa sociedade composta por pessoas complexas e diversas.

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